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sábado, 9 de março de 2013

Terceiro Setor cria novo paradigma social e se expande no mundo todo

A mobilização pública para o impeachment do presidente Collor e o movimento dos comitês do Betinho contra a fome e a miséria foram dois marcos importantes no país que motivaram um novo olhar para a sociedade. O professor Luiz Carlos Merege, presidente do Instituto de Administração para o Terceiro Setor, foi uma dessas pessoas. A sua experiência foi relatada durante o Fórum Permanente de Empreendedorismo e Inovação, organizado pelo Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) e promovido pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), que acontece no Centro de Convenções da Unicamp.

Docente da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo (FGV-SP), em 1994 Merege começou a estimular um maior envolvimento daquela instituição com a área social, que até então estava deveras distante. A sua percepção despertou-o para o designativo de promover uma maior aproximação de alunos, professores e funcionários com uma realidade que não era aquela voltada exclusivamente ao mercado de empresas, presente na ementa dos cursos.

O professor Merege iniciou criando um comitê do Betinho na Academia.  E como diretor administrativo na Fundação, descobriu que em algumas universidades europeias e norte-americanas já existiam cursos de gestão dirigidos à organização da sociedade civil. “Quando se falava em Terceiro Setor, ninguém compreendia ao certo a sua dimensão. Fomos investigar o tema e a história dessa organização no Brasil”, conta ele.

Foram muitas e gratas as descobertas. Embora pairasse a impressão de que o Terceiro Setor era algo muito novo, Merege desvendou, por exemplo, que o embrião no país dessa iniciativa era a Santa Casa de Santos, SP, a primeira instituição de cunho social, e que havia muitas outras organizações centenárias em prol da coletividade.

Segundo ele, alguns pesquisadores, empenhados para saber mais sobre o assunto, observaram organizações que eram consideradas uma anomalia, já que não se enquadravam em uma classificação de organizações públicas e nem privadas. “Eles perceberam então que o Terceiro Ssetor era um outro paradigma, antes bissetorial, e que a sua atuação era de fato mais forte do que se pensava. O conceito do Terceiro Setor, como se concebe hoje, somente começou a aparecer em meados da década de 1990, com a ideia de uma sociedade trissetorial", afirma.

O Terceiro Setor é assim chamado porque engloba instituições com fins públicos, porém de caráter privado, que não se enquadram no Primeiro Setor (Estado). São regidas pelo direito privado, mas não possuem objetivos mercantis e também não são qualificadas como instituições do Segundo Setor (Mercado). Fazem parte do denominado espaço público não estatal. Qualificam-se como entidades do Terceiro Setor as ONGs, associações, fundações, entidades de assistência social, educação, saúde, esporte, meio ambiente, cultura, ciência e tecnologia, entre outras várias organizações da sociedade civil.

Nos últimos anos, o Terceiro Setor cresceu muito e movimenta no mundo mais de US$ 1 trilhão por ano, cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta. No país, ele representa R$ 10,9 bilhões anuais (cerca de 1% do PIB), reúne mais de 200 mil organizações no Brasil, emprega cerca de 1,2 milhão de pessoas (2,2% dos empregos) e mobiliza milhares de voluntários. Entre 1991 e 1995, o mercado de trabalho brasileiro cresceu cerca de 20%. No Terceiro setor, essa taxa de crescimento chegou a 45%.
Fonte: Blog 3º Setor - Legislação, informações e notícias

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