Docente da
Fundação Getúlio Vargas em São Paulo (FGV-SP), em 1994 Merege começou a
estimular um maior envolvimento daquela instituição com a área social, que até
então estava deveras distante. A sua percepção despertou-o para o designativo
de promover uma maior aproximação de alunos, professores e funcionários com uma
realidade que não era aquela voltada exclusivamente ao mercado de empresas,
presente na ementa dos cursos.
O professor
Merege iniciou criando um comitê do Betinho na Academia. E como diretor administrativo na Fundação,
descobriu que em algumas universidades europeias e norte-americanas já existiam
cursos de gestão dirigidos à organização da sociedade civil. “Quando se falava
em Terceiro Setor, ninguém compreendia ao certo a sua dimensão. Fomos
investigar o tema e a história dessa organização no Brasil”, conta ele.
Foram muitas
e gratas as descobertas. Embora pairasse a impressão de que o Terceiro Setor
era algo muito novo, Merege desvendou, por exemplo, que o embrião no país dessa
iniciativa era a Santa Casa de Santos, SP, a primeira instituição de cunho
social, e que havia muitas outras organizações centenárias em prol da
coletividade.
Segundo ele,
alguns pesquisadores, empenhados para saber mais sobre o assunto, observaram
organizações que eram consideradas uma anomalia, já que não se enquadravam em
uma classificação de organizações públicas e nem privadas. “Eles perceberam
então que o Terceiro Ssetor era um outro paradigma, antes bissetorial, e que a
sua atuação era de fato mais forte do que se pensava. O conceito do Terceiro
Setor, como se concebe hoje, somente começou a aparecer em meados da década de
1990, com a ideia de uma sociedade trissetorial", afirma.
O Terceiro
Setor é assim chamado porque engloba instituições com fins públicos, porém de
caráter privado, que não se enquadram no Primeiro Setor (Estado). São regidas
pelo direito privado, mas não possuem objetivos mercantis e também não são
qualificadas como instituições do Segundo Setor (Mercado). Fazem parte do
denominado espaço público não estatal. Qualificam-se como entidades do Terceiro
Setor as ONGs, associações, fundações, entidades de assistência social,
educação, saúde, esporte, meio ambiente, cultura, ciência e tecnologia, entre
outras várias organizações da sociedade civil.
Nos últimos
anos, o Terceiro Setor cresceu muito e movimenta no mundo mais de US$ 1 trilhão
por ano, cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta. No país, ele
representa R$ 10,9 bilhões anuais (cerca de 1% do PIB), reúne mais de 200 mil
organizações no Brasil, emprega cerca de 1,2 milhão de pessoas (2,2% dos
empregos) e mobiliza milhares de voluntários. Entre 1991 e 1995, o mercado de
trabalho brasileiro cresceu cerca de 20%. No Terceiro setor, essa taxa de
crescimento chegou a 45%.
Fonte: Blog 3º Setor - Legislação, informações e notícias
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